sábado, 11 de julho de 2009

GM sai da concordata para aplicar novo plano

'Nova GM' será formada pela Chevrolet, Cadillac, GMC e Buick.
Governo americano possuirá 60,8% da nova companhia, a GMC.



Após 40 dias em concordata, a montadora americana General Motors (GM) anunciou oficialmente nesta sexta-feira (10), em Detroit, o plano de reestruturação e o nascimento da nova companhia, que será nomeada General Motors Company (GMC). O anúncio foi feito um dia após ter expirado o prazo legal para que os opositores a seu plano de saída da quebra apresentassem algum recurso de apelação.

As autoridades americanas e canadenses entregaram à GMC cerca de US$ 50 bilhões para a compra dos ativos da GM que irão assegurar a operação da nova companhia, que estará formada pelas marcas Chevrolet, Cadillac, GMC e Buick.

Em troca de sua contribuição monetária, o governo americano possuirá 60,8% da GMC. As autoridades canadenses, que entrarão com pouco mais de US$ 9 bilhões, controlarão 11,7%.

O resto será repartido entre sindicato United Auto Workers (UAW), com 17,5%, e os credores da GM, que terão 10%. Estes dois grupos poderão aumentar posteriormente sua participação até 20% e 25%, respectivamente.

A nova GM surge após ter reduzido dívidas e obrigações com seguro-saúde em 48 bilhões de dólares, fechar quase 40% de sua rede de concessionárias e eliminar as marcas Saab, Saturn, Hummer e Pontiac. Na Europa, as negociações para a venda de uma participação majoritária da Opel continuam.

O governo americano disse na semana passada que está preparado para abandonar sua participação na GMC em 2010 assim que a companhia fizer uma oferta pública de ações.

Foto: AP Photo/Carlos Osorio
O CEO da General Motors, Fritz Henderson, anuncia a criação da ‘Nova GM’ nesta sexta-feira (10), em Detroit

Efeitos da concordata

A aprovação da venda pela corte judicial marca a conclusão de um esforço sem precedentes do governo norte-americano para salvar a GM e a Chrysler por meio da redução de dívidas, custos trabalhistas e concessionárias.

As vendas da montadora despencaram 36% durante junho quando pediu proteção judicial contra falência. Executivos disseram que o relançamento da companhia é uma chance de tentar quebrar a associação negativa dos consumidores.

"Eu realmente espero pelo momento em que estaremos operando no azul e o nome da companhia não será associado à concordata", afirmou Mark LaNeve, diretor de vendas da GM.

O presidente executivo, Fritz Henderson, já detalhou planos de tornar a companhia mais produtiva e menos burocrática, reduzindo o número de executivos. De acordo Henderson serão cortados 35% dos ocupantes da alta direção e 20% de trabalhadores, passando de 91 mil para 64 mil funcionários até outubro deste ano.

Outro pilar do plano é o lançamento de 10 novos veículos nos EUA e 17 internacionalmente, nos próximos 10 meses. O modelo mais aguardado, talvez o mais importante para o futuro da nova empresa, é o revolucionário carro elétrico Chevrolet Volt, que começará a ser produzido em 2010.

A companhia queimou 40 bilhões de dólares nos últimos quatro anos e registrou perdas de mais de 80 bilhões de dólares no período.

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