segunda-feira, 4 de maio de 2009

Gasolina adulterada é vendida em baldes perto de distribuidoras

Combustíveis retirados de caminhões-tanque eram vendidos em Guarulhos.
Fiscais da ANP recolheram 3,6 mil litros de combustível no terreno.

Do G1, com informações do Jornal Nacional

O vale-tudo no comércio irregular de combustíveis parece ter chegado ao fundo do poço. A reportagem do Jornal Nacional flagrou o comércio ilegal na vizinhança de distribuidoras em Guarulhos, na Grande São Paulo. A gasolina adulterada é oferecida em baldes, no meio da rua.

O crime ocorre perto de três distribuidoras de combustível, que têm base em uma estrada na Grande São Paulo. Os rapazes que esperam no meio da rua querem álcool e gasolina dos caminhões para revender diretamente ao consumidor.

Muitos caminhoneiros que chegam para abastecer dão aos rapazes restos de combustível do tanque, que eles carregam em baldes. Outros motoristas, que acabaram de abastecer, vendem o combustível. Neste caso, a quantidade que os rapazes retiram é bem maior e o motorista recebe pela mercadoria.

Baldes e tonéis cheios são levados para perto de um barracão, usado como apoio. E assim, a céu aberto, o combustível é preparado. Primeiro, a gasolina - que já tem álcool na composição. Depois, o álcool combustível, acrescentado sem nenhum critério. É essa a mistura que é vendida. Para abastecer o carro do cliente, os rapazes usam um pano como filtro - uma tentativa grosseira de evitar danos ao motor.

Para testar a qualidade da gasolina de balde, usamos um carro-teste. Ele foi adaptado para recolher amostras sem levantar suspeitas. O litro da gasolina é vendida por R$ 1,70. A análise da amostra recolhida é feita no sindicato dos donos de postos de gasolina de São Paulo. O técnico José Reis concluiu que a gasolina comprada na estrada tem muito mais álcool do que os 25% permitidos por lei. ”Essa aqui deu 50. Então, é o dobro do permitido”, disse.

De acordo com a polícia civil, o grupo comete crime contra o meio ambiente, periclitação de vida e crimes contra o consumidor. Os fiscais da Agência Nacional do Petróleo (ANP) recolheram 3,6 mil litros de combustível no terreno. O que está misturado com solvente será queimado - e o restante, doado para o Corpo de Bombeiros.

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