sexta-feira, 29 de maio de 2009

Saiba como não cair em golpe na hora de vender ou comprar um carro

Jamais assine o documento antes da finalização da venda.
Atenção com a mecânica evita dor de cabeça na hora da compra.


O contrato é um instrumento jurídico que dá maior segurança na hora de fechar um negócio de compra e venda. No comércio de veículos usados, ele também é indispensável, segundo especialistas. Uma negociação sem garantias pode provocar dor de cabeça e prejuízo.


O engenheiro André Luis Alvarenga entregou o carro em uma revendedora com a promessa de receber o dinheiro em 30 dias. Foi em fevereiro. A empresa fechou as portas e até hoje ele não viu os R$ 40 mil. “A garantia que eu tinha era o meu documento, só que ele já tinha sido assinado e a pessoa ficou de pagar neste prazo”.

O recibo assinado é como se fosse um cheque em branco. Com ele nas mãos o revendedor pode negociar o carro livremente. Por isso desconfie das empresas que exigem a entrega antecipada deste documento. A autorização para a transferência de veículos só deve ser preenchida mediante pagamento.


“O proprietário só deve entregar o recibo do carro apenas quando tiver um documento que garanta o recebimento, e não no ato da contratação do serviço”, afirma Rui Pires, presidente da Associação dos Revendedores de Veículos Seminovos de Belo Horizonte. Ele diz que quem quer vender o carro jamais deve deixar o recibo assinado junto com a chave e os documentos para a revendedora comercializar o veículo.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também recomenda que seja feito um contrato de consignação. “Pode ser um simples recibo, mas neste recibo tem que estar qualificada a empresa que vai receber o bem com endereço, com o valor do carro, as características do veículo para possibilitar do proprietário vir a receber uma indenização, diz Geraldo Magela Freire, presidente da Comissão dos Direitos do Consumidor da OAB.

O supervisor de vendas Antonio Henrique Filho foi vítima de uma revendedora de carros. A empresa que vendeu o carro para ele não existe mais. Ele disse que pagou à vista pelo veículo que estava financiado pelo antigo proprietário. A revendedora teria se comprometido a quitar o saldo restante da dívida, o que não ocorreu. “Essas pessoas vão continuar muito bem de vida, com carro do ano, gastando dinheiro, enquanto gente como eu, que pagou uma coisa à vista, vai continuar perdendo.

Como avaliar o carro usado antes de comprar

Além dos problemas com a documentação, o consumidor deve ficar atento também a outros detalhes, como verificar as condições da lataria e a parte mecânica do veículo. Uma avaliação detalhada da lataria ajuda a identificar possíveis problemas que são, muitas vezes, omitidos pelos vendedores.

Giovani Heredia, instrutor de mecânica do Senai, dá algumas dicas para quem vai comprar um carro usado:

Pintura: “Na pintura do veículo pode aparecer indícios que o carro foi repintado. A pintura original é bem polida, sem riscos nem respingos. As quinas e os contornos são bem vivos e bem definidos pela pintura original do fabricante. Se houver riscos e respingos é um indício que o carro já recebeu nova pintura”.

Portas: “As frestas das portas devem ser comparadas. O interessado deve comparar a porta do lado direito com a do lado esquerdo do carro. As quinas das portas devem ser encontradas com a carroceria como indício de que está tudo certo com a lataria”.

Pneus: “Os pneus dão indícios se o carro está em estado perfeito ou não. É preciso verificar se na banda de rodagem existe um desgaste por igual. Se houver um desgaste irregular é sinal que o veículo tem algum problema” (veja mais dicas de cuidados com os pneus).

Lanternas e faróis. “Gotículas de água podem indicar que foi feita troca externa da lanterna ou do farol” (veja mais dicas de cuidados com os faróis).

Porta-malas: “Ao abrir o porta-malas o interessado deve levantar o carpete e verificar se as curvas da lataria estão bem definidas. Se as houver ondulações e a tinta estiver diferente é um sinal de que a peça foi reformada”.

Volante: “É preciso observar se não há um desgaste muito grande na parte principal da peça, e se o volante fica firme quando o carro está em linha reta”.

Cinto de segurança: “É importante verificar se não há desgaste excessivo na peça que encaixa o cinto”.

Pedais: “Desgaste nos pedais da embreagem e do freio podem mostrar se a quilometragem que aparece no hodômetro não foi alterada”.

Motor: “O interessado deve levantar o capô e ver se há indícios de vazamento no motor ou algum ruído anormal. Barulho diferente pode ser sinal de que carro teve adulteração no motor" (veja outras dicas de cuidados com o motor)

Test-drive: “Na hora de andar com o carro, fique em uma velocidade de 40 km/h e freie bruscamente o veículo. Nesse momento, é possível verificar qual é o comportamento do carro. Ele não pode puxar para a direita nem para a esquerda, o que indica sinal de problemas na suspensão, e os ruídos do veículo não podem ser alterados” (veja mais dicas de como fazer o test-drive).

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