quinta-feira, 18 de junho de 2009

Quase centenária

Ford comemora 90 anos de operações no Brasil

Quase onze anos depois de ter revolucionado a história da indústria automobilística mundial com a criação do Modelo T, em 1908, o visionário Henry Ford resolveu expandir suas filosofias de produção em massa também para o Brasil. Em 24 de abril de 1919, Ford autorizou investimentos da ordem de US$ 25 mil em uma subsidiária brasileira, projeto consentido pelo então presidente da República Epitácio Pessoa.

O primeiro endereço da Ford no Brasil foi a rua Florêncio de Abreu, em São Paulo. Em uma área de 70 metros quadrados, cerca de doze funcionários trabalhavam para montar o primeiro veículo da Ford no País: o Modelo T, que ganhou o apelido de Ford Bigode por aqui, em função das duas alavancas – de aceleração e outra de avanço da ignição – localizadas sob o volante.


A Ford iniciou a montagem do T no Brasil nas versões automóvel e picape. Sucesso absoluto no mercado norteamericano, o veículo também conquistou os consumidores brasileiros: nos primeiros cinco anos de comercialização, mais de 24 mil unidades do T foram vendidas. A forte demanda levou a Ford a mudar suas instalações para um prédio mais amplo, na Praça da República, no centro de São Paulo. Mas a mudança não foi suficiente e em 1921 a Ford inaugurou sua primeira fábrica no País, seguindo moldes internacionais. As instalações foram erguidas na rua Sólon, no bairro do Bom Retiro, também na capital paulista, e no final da década de 1920 a Ford iniciava a montagem de um novo veículo no País, o Modelo A.

Nas décadas de 1930 e 1940, marcadas pela depressão econômica mundial, a Ford começou a trazer para o mercado nacional veículos mais potentes, como os modelos V8 (oito cilindros em V), produzidos nos Estados Unidos. Foi também nessa época que o mercado brasileiro recebeu o Anglia, feito na Inglaterra, e o Eifel, vindo da Alemanha. Em 1938, a Ford passou a montar o Mercury. E nos anos 40, a montadora já empregava mais de 1,5 mil trabalhadores no Brasil.


A vez dos caminhões

A produção da Ford teve seu ritmo reduzido durante a 2ª Guerra Mundial e a escassez de combustível fez com que a montadora adaptasse os motores para o uso do gasogênio – gás obtido por meio da queima de carvão. Depois dos tempos difíceis, a Ford resolveu fazer novos investimentos no mercado brasileiro e construiu uma nova fábrica, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, onde passou a montar automóveis americanos, europeus, além de caminhões, tratores e chassis de ônibus.

Desse complexo industrial saíram os primeiros utilitários da Ford no Brasil. O F-100, a primeira picape da marca no País, foi lançado em 1962. Anos antes, a Ford apresentava o primeiro caminhão nacional: um F-600 equipado com motor V8 a gasolina, de 169 cavalos. O trator pioneiro foi um Ford 8-DR Diesel, que saiu da linha de produção em 1960.

Modelos históricos

O cobiçado sedã Galaxie 500 foi lançado em 1967. Ele foi o primeiro carro nacional de luxo e de grande porte da Ford. O sucesso do modelo encorajou a empresa a produzir, no ano seguinte, uma versão mais sofisticada, a LTD, com potência de 190 cavalos e transmissão automática. Em 1970, o Galaxie ganhou a versão Landau. Ainda em 1967, a gama de produtos da montadora também passou a contar com o Jeep Willys e o utilitário F75.


O popular Corcel apareceu em 1968. Em apenas 10 meses, foram vendidas 100 mil unidades do modelo, segundo a Ford. O Corcel II, primeiro veículo movido apenas com álcool, foi apresentado uma década depois, em 1979. Em quase 20 anos de produção, a Ford produziu 1,3 milhão de unidades do Corcel.

Com a aquisição da Willys Overland do Brasil, a empresa ampliou seu parque industrial para o conjunto fabril de São Bernardo do Campo, onde está instalada até hoje. Nos anos 1970, foram inauguradas as fábricas de motores e transmissão em Taubaté, interior de São Paulo.

O início da década de 70 também marcou a estreia de dois modelos históricos: a perua Belina e o lendário Maverick. Nesta época a Ford também ampliou a linha de caminhões da Série F. E, no final da década, foi a vez da picape F-1000 a diesel. Em 1981, o sedã Del Rey começava a ser produzido, e no ano seguinte, a Ford lançou a primeira picape derivada de um automóvel, a Pampa.

O primeiro veículo derivado da plataforma mundial da Ford foi o Escort, que começou a ser produzido em 1983. Logo em seguida, surgiu a versão conversível do hatch, o XR-3, que fez grande sucesso por aqui. A década de 1980 também abriu as portas para a linha de caminhões Cargo e a picape F-1000 a álcool, ambos lançados em 1985. Quatro anos mais tarde, a marca lançou o Verona de duas portas, seguido do Versailles e da perua Royale, em 1991. O compacto Hobby 1.0 litro, uma versão espartana do Escort, o primeiro popular nacional da Ford, foi apresentado em 1993.


A Ford seguiu a abertura de mercado na década de 90 e passou a importar veículos para o Brasil. Os primeiros foram o utilitário esportivo Explorer, os sedãs Taurus e Mondeo. Nessa época a fabricante também lançou a picape média Ranger. O compacto Fiesta começou a ser produzido em 1996, seguido do Ford Ka, no ano seguinte. Aqueles anos também foram favoráveis para o lançamento da picape Courier e nova Série F (F-350 e picape F-250).

Modelos históricos

A virada do século marcou a estreia do Focus, modelo que chegou à nova geração no ano passado. O Novo Fiesta, por sua vez, foi o primeiro automóvel produzido na fábrica da Ford em Camaçari, na Bahia, inaugurada em 2001. No ano seguinte, a Ford acertou em cheio com o lançamento do EcoSport: o jipinho faz sucesso até hoje e lançou moda no mercado brasileiro. Em 2004, foi a vez do Fiesta Sedan e, em 2005, da nova Ranger reestilizada.

O sedã Fusion, que também foi renovado neste ano, foi lançado primeiramente em 2006, ano que também marcou o introdução dos motores flex nos automóveis da Ford. No ano passado, a Ford lançou o Novo Ka, o Novo Focus (hatch e sedã), além do crossover de luxo Edge, importado do Canadá. Em 2009, além da van Transit e Novo Fusion, a Ford prepara o lançamento da nova geração da Ranger, nos próximos meses, e a esperada versão flex do Novo Focus.

Atualmente, a Ford do Brasil é a terceira maior subsidiária mundial em vendas. No ano passado, a fabricante vendeu cerca de 280 mil unidades no mercado brasileiro. Além de produzir para o mercado interno, a Ford também exporta veículos para outros países, como Argentina, Venezuela, Chile e México.

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