Montadoras têm crescimento em maio em relação a abril.
GM cresceu 11% apesar do processo de concordata.
Concessionária da Cadillac, marca do grupo GM, em Miami
Após mais de seis meses de prejuízos e muito pessimismo, o setor automobilístico americano começou a dar sinais de melhora, pelo menos no que se refere às vendas. General Motors (GM), Ford e Toyota, as três principais fabricantes de veículos nos Estados Unidos, disseram que as vendas em maio, apesar de inferiores às de um ano atrás, melhoraram significativamente na comparação com abril.
Até mesmo a Ford, a única das três grandes montadoras que não teve de recorrer a ajudas públicas e à quebra para continuar operando, disse que as atuais condições de mercado permitirão um aumento da produção nos próximos meses.
"Os novos produtos representam 50% de nossas vendas e a demanda por estes produtos está fazendo nossa parcela de mercado aumentar", afirmou o vice-presidente da Ford para Vendas e Marketing, Ken Czubay.
A Ford informou que, em maio, vendeu 155.954 veículos, 20% a mais que em abril. Com este desempenho, ficou à frente da Toyota e só foi superada pela GM.
As vendas da GM, por sua vez, totalizaram 191.875 unidades (+11% em relação a abril), equanto as da Toyota foram de 152.583 (+20,6%).
Tanto a GM como a fabricante japonesa disseram que a melhora da confiança do consumidor no andamento da economia se traduziu num aumento da demanda.
"O grande salto na confiança dos consumidores em maio se traduziu num sólido crescimento das vendas de veículos de passeio na comparação com abril", disse o vice-presidente de operações da Toyota, Don Esmond.
"É animador os consumidores estarem começando a voltar às concessionárias e que o setor continue mostrando sinais de estabilização", acrescentou o executivo.
Já o vice-presidente da GM para Vendas e Marketing, Mark LaNeve, declarou: "Em maio, fomos capazes de registrar nosso melhor mês de vendas (em 2009) à medida que vemos mais sinais positivos no mercado. Esses sinais, com os esclarecimentos sobre a nova GM, estão dado mais confiança ao consumidor".
Apesar de maio ter sido o segundo mês consecutivo de melhoras nas vendas para a GM, o desafio da montadora é manter a tendência nos próximos meses, à medida que a empresa tenta se reerguer da concordata pedida nesta segunda.
Por isso, LaNeve agradeceu ao apoio que o presidente americano, Barack Obama, deu ontem durante a entrevista coletiva na qual anunciou tanto a quebra da GM como uma ajuda extra de US$ 30 bilhões à fabricante.
"Os comentários de ontem do presidente foram muito positivos e estamos profundamente agradecidos por seu apoio à nossa companhia" disse o executivo.
"Os consumidores deveriam se sentir muito confortáveis comprando nossos excelentes carros e caminhonetes", acrescentou.
Apesar dos resultados de maio, os analistas preveem que 2009 continuará sendo difícil para GM, Ford e Chrysler.
Segundo a Standard & Poor's, neste ano, os fabricantes americanos de automóveis perderão mercado para as concorrentes asiáticas.
Curiosamente, uma pesquisa de opinião divulgada nesta terça e que ouviu 1.100 americanos após o discurso de ontem feito por Obama, destaca que os eleitores democratas estão mais dispostos a comprar veículos da GM que os republicanos.
O instituto HCD Research, responsável pela sondagem, disse que, antes do discurso do presidente, 55% dos democratas disseram que provavelmente comprarão um veículo da GM. Mas esse número subiu para 59% após o discurso presidencial.
Entre os republicanos, a reação foi a oposta. Antes do discurso, 47% dos republicanos estavam disposto a comprar um GM. Porém, essa proporção caiu para 45% depois do anúncio de Obama.
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