Empresa obteve ganhos com cortes estruturais nos Estados Unidos.
Montadora ganhou dois pontos percentuais no mercado norte-americano.
Ford não precisou de ajuda do governo dos EUA
A montadora norte-americana Ford anunciou nesta quinta-feira (23) um lucro de US$ 2,26 bilhões no segundo trimestre graças ao benefício originado pela redução de sua dívida. A empresa indicou que durante o período reduziu cortes estruturais nos Estados Unidos, o que representou uma queda de despesas da ordem de US$ 1,2 bilhão.
A companhia anunciou prejuízo operacional no segundo trimestre menor que a previsão de analistas, sem considerar um ganho líquido de US$ 2,8 bilhões a partir de itens não recorrentes que incluem medidas de redução da dívida.
"Os resultados globais indicam redução do prejuízo e aumento de participação de mercado da Ford não só nos Estados Unidos, mas em todas as regiões. Eles mostram que a estratégia da companhia está acertada e que prioriza a sustentabilidade financeira das operações e o desenvolvimento de produtos que atendam às necessidades de consumidores em todo o mundo", afirmou o presidente da Ford Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira.
A Ford informou que espera que a economia norte-americana comece a se recuperar na segunda metade deste ano. O presidente da empresa, Alan Mulally, disse em um comunicado que “ainda que o ambiente econômico segue extramente difícil em todo o mundo, avançamos de forma significativa em nosso plano de transformação. Nossas operações centrais são cada vez mais fortes”.
Os executivos da empresa destacaram que o segundo trimestre do ano ajudou a Ford a ganhar mercado em várias partes do mundo. Nos Estados Unidos, as marcas do grupo alcançaram 16,4% de participação do mercado, com um ganho de dois pontos percentuais. No Canadá e no México, a Ford cresceu 2,8% e 1,1% respectivamente. Na América do Sul, a empresa responde por 10,4% do mercado de veículos.
"Atingimos o vigésimo segundo trimestre consecutivo de lucro na América do Sul, mas a queda observada na lucratividade demonstra claramente que, apesar dos bons níveis de vendas, principalmente no mercado brasileiro, as montadoras continuam fazendo um esforço especial para manter as vendas nos patamares atuais. Ainda existem desafios relativos aos volumes na região e outros fatores macroeconômicos", acrescenta Oliveira.
A Ford é a única das grandes montadoras norte-americanas que não recorreu a empréstimos do governo para manter suas operações, enquanto Chrysler e General Motors tiveram de declarar concordata.
Queda na receita
A receita da companhia caiu para US$ 27,2 bilhões no segundo trimestre, contra US$ 38,2 bilhões no mesmo período do ano passado. Analistas estimavam a receita em US$ 23,39 bilhões.
A Ford gastou até US$ 1 bilhão em capital nas operações com veículos de abril a junho, quantia inferior frente à saída de US$ 3,7 bilhões no primeiro trimestre.
A montadora acrescentou que espera que o fluxo de capital melhore em relação ao primeiro semestre e continuará adotando medidas para melhorar seu balanço. A Ford cortou sua dívida automotiva em cerca de US$ 10 bilhões ao completar uma série de transações no começo de abril e levantou US$ 1,6 bilhão de dólares por meio de uma oferta pública de ações em maio.
Executivos da Ford disseram que a companhia tem liquidez suficiente para completar um plano de recuperação, deixando os investidores focados na preservação de capital e na redução da dívida.
A Ford fechou o trimestre com US$ 21 bilhões em caixa, contra US$ 21,3 bilhões de dólares no final de março.
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