segunda-feira, 6 de julho de 2009

Tire dúvidas sobre as velas de ignição do carro

Mau funcionamento da peça compromete desempenho do motor.
Troca da vela de ignição deve ser feita entre 10 mil e 15 mil quilômetros.


Foto: Divulgação/Bosch
Vela de ignição

Você muitas vezes pode notar alguma diferença no desempenho do seu carro, mas não faz ideia do que possa ser. O duro é que essa diferença é para pior, e parece que essa sensação de perda de potência só aumenta com o passar do tempo. As causas podem estar relacionadas a diversos fatores como, por exemplo, o combustivel adulterado. Porém, uma peça do motor merece uma atenção especial: a vela de ignição.

Essa peça com avarias pode comprometer de forma drástica o rendimento do motor, sem contar o consumo de combustível e os altos níveis de poluentes expelidos pelo escapamento.

O sistema de ignição do motor tem por objetivo proporcionar a correta queima do combustível. Esse processo, no entanto, deve ocorrer de forma ordenada e em tempo pré-estabelecido, de modo que a explosão resultante possa gerar a maior força possível. Se o sistema de ignição gerar faísca em um momento qualquer, a potência poderá se perder, o consumo de combustível será maior e ainda acarretará emissões de gases fora de padrão.

Alta voltagem

A vela de ignição é um dispositivo elétrico cuja finalidade é inflamar a mistura comprimida de ar/combustível dentro do cilindro do motor. Essa peça é encaixada na parte superior do motor, mais conhecida por cabeçote. A vela de ignição conduz alta voltagem elétrica para o interior da câmara de combustão, convertendo-a em faísca que vai provocar a explosão. Esse fato ocorre por meio de uma centelha disparada pela vela. Isso acontece antes que o pistão atinja o ponto superior da câmara de combustão.


Quando ocorre a queima da mistura ar/combustível dentro do cilindro, a temperatura interna aumenta e o combustível passa para o estado gasoso. Essa transformação faz com que a pressão dentro do cilindro aumente e isso faz com que o pistão seja empurrado para baixo, o que conseqüentemente gera movimento no eixo-motriz, ou como é mais conhecido, virabrequim. Esse é o funcionamento do motor. Cada sobe é desce dos pistões está associado as rotações do motor. Isso significa que, quanto mais rápido o motor girar, mais cedo deverá ocorrer a centelha emitida pela vela de ignição.Tudo de modo sincronizado a fim de maximizar o resultado.


Vale ressaltar que os motores de combustão interna podem ser divididos em dois tipos. O primeiro é do tipo de ignição por centelha, ou seja, que utiliza a vela de ignição para provocar a combustão. Um exemplo é o motor movido a gasolina ou a álcool. O segundo tipo de motor é de ignição por compressão. Esse motor comprime a mistura ar/combustível até que ela entre em ignição por conta própria. Um exemplo é o motor movido a diesel.


A vela de ignição recebe uma tensão que pode variar de 20 mil a 100 mil volts. Essa voltagem provém da bobina, a qual a vela está conectada através de um cabo blindado. Por meio de uma peça chamada de distribuidor a centelha surge na ponta da vela, que está então no interior da câmara de combustão. Para evitar que centelha não ocorra em outra parte da vela é empregado um revestimento de cerâmica para isolar a alta tensão.

Grau térmico

As velas também podem ter determinadas especificações, como por exemplo o grau térmico, que nada mais é que a capacidade de absorver e dissipar o calor. O motor em funcionamento gera uma alta temperatura e parte é absorvida pelas velas de ignição. Para se ter uma idéia a faixa de temperatura de funcionamento de uma vela varia entre 450º C a 850º C nas condições normais de uso. Como existem vários tipos de motores com maior ou menor carga térmica, exigem-se então vários tipos de velas com maior ou menor capacidade de absorção e dissipação de calor.


Certos carros contam com alto desempenho é assim é natural que irão gerar mais calor, de modo que passam a necessitar de velas mais frias. Isso ocorre porque se a vela ficar muito quente, ela poderá inflamar o combustível antes que a centelha seja emitida, ocasionando uma explosão fora de hora. Desse modo existem dois tipos de velas: quente e fria.


A vela do tipo quente é projetada com a parte de cerâmica pequena, o que permite maior área de contato com a parte metálica da vela, que gera mais calor e permite queimar depósitos de carvão quando o veiculo estiver em baixa velocidade. Já a vela do tipo fria é projetada com uma área maior de cerâmica, o que permite maior dissipação de calor, assim funciona mais frio, porém o suficiente para evitar a carbonização quando o veículo estiver em baixa velocidade.


O aspecto da vela, mais precisamente do eletrodo, pode determinar a condição de trabalho do motor. A aparência é considerada normal quando a ponta da vela apresentar uma coloração de tom marrom, marrom claro, cinza ou cinza clara. Dentro dessas características significa que o motor está em boas condições e a vela desempenhando sua função normalmente.


A recomendação de troca da vela de ignição está entre 10 mil e 15 mil quilômetros. Porém, existem velas especiais, com eletrodos de prata que podem durar até 30 mil quilômetros. O mesmo é indicado para as velas com eletrodos múltiplos. Mas vale lembrar que a durabilidade da vela vai depender do combustível utilizado e das condições de uso.

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