sexta-feira, 3 de julho de 2009

Venda de carros em junho bate recorde, diz Fenabrave

É o maior número de carros vendidos em um único mês.
Incerteza sobre redução do IPI movimentou comércio, diz entidade.



Foto: César Ferrari/Reuters
Linha de produção da Renault em Curitiba

A comercialização de automóveis e comerciais leves no país atingiu em junho o maior patamar da história para um único mês, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (2) pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Foram vendidas em junho 289.792 unidades, um crescimento de 22% em relação a maio e 19% considerando junho do ano passado.

O recorde de vendas anterior havia sido verificado em julho de 2008, quando foram vendidos 272.964 automóveis e comerciais leves. Para Sérgio Reze, presidente da Fenabrave, o resultado foi "magnífico" e pode ser atribuído à incerteza sobre a prorrogação da redução do IPI - na segunda (29), o governo prorrogou o benefício.

"Você tem aquela ameaça de retirada do benefício, então o consumidor corre. Mas com a retirada do desconto do IPI, a economia vai voltar ao normal. As médias mostram um crescimento sustentável".

As vendas acumuladas no primeiro semestre também foram recordes, com 1.393.624 veículos comercializados, aumento de 4% em relação ao mesmo período de 2008, recorde anterior de vendas.

Na avaliação de Reze, "em julho vai haver uma ligeira queda [na venda de veículos], uma acomodação, porque o consumidor não tem mais pressa de comprar".

Foto: Editoria de Arte/G1
Veja o desempenho da venda de veículos nos últimos seis meses

Caminhões e motos

O presidente da Fenabrave avalia que alguns segmentos, como caminhões e motos, foram prejudicados nos últimos meses.

"No caso dos caminhões, houve o problema do frete, que caiu por conta da economia em retração", diz Reze.

"Nas motos, é basicamente um problema de crédito, já que esse é um comprador que tem uma dificuldade maior de comprovar os dados cadastrais para obter o financiamento", afirma Reze. "A cada dez fichas que são enviadas ao banco, sete voltam", diz.

Quando consideradas as vendas somadas de caminhões, ônibus e motos, além dos automóveis e comerciais leves, o mês de junho teve 434.543 unidades comercializadas, queda de 0,14% em relação ao registrado em junho de 2008, mas uma alta de 14% em relação a maio de 2009.

A venda de motos caiu 23% em junho, para 134.369 unidades, em relação ao mesmo mês de 2008 e 19% no primeiro semestre, para 765.734 unidades, em relação ao mesmo mês de 2008.

Bicombustíveis

Os veículos bicombustíveis, os chamados carros "flex", aumentaram sua participação em junho, respondendo por 89,68% das vendas de automóveis e comerciais leves, ou 259.872 unidades, enquanto os carros só a gasolina ou só a álcool foram 10,32% dos vendidos. Em maio, os "flex" haviam registrado participação de 88,47% nas vendas.

As vendas de caminhões e ônibus tiveram queda de 21% em junho em relação ao mesmo mês de 2008, para 10.382 unidades. Na comparação com maio, as vendas desse segmento cresceram 8%.

Mercado

Em junho, a Volkswagen teve a maior participação no mercado, com 25,39% das vendas, seguida pela Fiat, com 24,65% das vendas, e pela GM, com 20,66%. A mesma situação se repetiu no acumulado do primeiro semestre, quando a Volks teve 26,06% do mercado e a Fiat e GM, 25,05% e 19,79%, respectivamente.

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