Grupo aposta na recuperação do mercado brasileiro diante da crise.
Para 2010, marcas reservam novos lançamentos e aumento de produção.
Funcionário ajusta peças para a fabricação do motor
Se puder investir em momento de crise, então invista para estar bem posicionado na hora da retomada do mercado. A frase, comumente utilizada pelos economistas em tempos de turbulência econômica, define exatamente a estratégia utilizada pelo Grupo PSA Peugeot Citroën para investir R$ 91 milhões na construção da nova unidade de usinagem de motores no complexo de Porto Real, no Rio de Janeiro. A fábrica, inaugurada nesta sexta-feira (31), tem capacidade para produzir 100 mil blocos de ferro e 80 mil cabeçotes de alumínio por ano para motores 1,6 litros bicombustível e a gasolina.
Esta é a primeira fábrica de usinagem de motores do grupo construída no Brasil. Até então, os componentes de propulsores eram importados da fábrica na Argentina. Assim, a empresa passa a reduzir custos com importação e a otimizar processos logísticos, o que garantirá mais agilidade na produção para atender às demandas do mercado brasileiro, que já responde positivamente à indústria automobilística nacional, apesar da crise no mundo.
Linha de produção de motores
“A decisão é estratégica para nossos planos no Brasil, pois garante maior independência no aspecto da demanda e da redução dos custos”, afirma o presidente do grupo PSA no Brasil e na América Latina, Vincent Rambaud. Tal produção atenderá os modelos Citroën C3 e Xsara Picasso e Peugeot 207, 207 SW e 207 Passion fabricados em Porto Real. Os propulsores também são exportados para a Argentina, para a produção do Peugeot 307 e 307 Sedan e os Citroën C4 e C4 Pallas.
Cálculo errado
Vincent Rambaud não revela se haverá aumento da produção de veículos no complexo de Porto Real, entretanto, reconhece que o grupo tenha perdido participação de mercado devido ao descompasso entre produção e demanda. Segundo ele, a matriz não esperava que o governo brasileiro agisse de forma tão rápida com a redução do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) e que o mercado voltasse ao patamar de vendas observado de janeiro a setembro de 2008 – período pré-crise.
Além disso, Rambaud afirma que as compras dos consumidores brasileiros se concentraram nos automóveis populares e utilitários esportivos. “Nós não iremos investir em carros populares, talvez o segmento de SUV seja uma lacuna que preencheremos futuramente”. Em junho, a participação de mercado do grupo (somando as duas marcas) ficou em 5,1%.
Apesar dos “contratempos”, o grupo está animado com o desempenho brasileiro, muito longe do observado em outras regiões do mundo, especialmente na Europa. Nesta semana, a PSA anunciou perdas mundiais de 826 milhões de euros no primeiro semestre, resultado não comentado nesta sexta-feira por Vincent Rambaud.
De acordo com o executivo, as projeções do grupo continuam as mesmas para o país, com venda de 300 mil veículos neste ano. “Vamos manter as mesmas projeções, os investimentos e os lançamentos, talvez em ritmo diferente do que pensávamos”, ressalta. Peugeot e Citroën ainda reservam mais cinco lançamentos para o ano que vem.
Grupo vai investir na marca Peugeot
Para tanto, contratações em curto prazo não foram descartadas e a nova unidade de usinagem de motores tem espaço para a ampliação da capacidade em 20%. Assim, se o mercado brasileiro confirmar que realmente saiu da crise, os franceses da PSA voltarão a colocar o pé no acelerador.
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