terça-feira, 4 de agosto de 2009

Veja como evitar bater o carro no trânsito

Em São Paulo são registrados cerca de três acidentes por hora com vítima.
G1 convidou o piloto Roberto Manzini para dar dicas de direção defensiva.


Não há um dia sequer que o motorista passe pelas ruas e avenidas mais movimentadas de São Paulo e não veja, ao menos, um acidente de trânsito. Para se ter uma ideia, segundo o último balanço divulgado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), apenas na capital paulista ocorreram 27.739 acidentes envolvendo vítimas em 2008, o que corresponde a 76 acidentes por dia, uma média de três acidentes por hora. Isso sem contar pequenas batidas, sem vítimas, que não chegam a ser registradas pela CET.

De acordo com a pesquisa, desse total, 18.495 são colisões ou choques, número que representa 66,7% dos acidentes. Mas onde está a causa? Nos motoristas. Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) os fatores comportamentais, como desatenção, imprudência (sem cuidado) e imperícia (sem habilidade) são responsáveis por 50% dos acidentes de trânsito.

Para mostrar os riscos que os condutores estão expostos todos os dias ao sair de casa, o G1 convidou Roberto Manzini, ex-piloto e diretor do centro de pilotagem que leva o seu nome, para dar uma volta por São Paulo e apontar quais os principais erros cometidos ao volante.

Antes de sair com o carro é fundamental achar uma posição segura para dirigir. “O motorista deve aproveitar todas as regulagens do veículo, como altura do banco, do cinto de segurança e do volante”, diz Manzini. “Não há uma regra para se posicionar, o recomendado é encontrar uma distância que o condutor consiga administrar o volante com agilidade, sem ficar muito próximo para não incomodar as pernas”.

Ao trocar de pista, dê seta

Tudo pronto é hora de partir. Logo no início do percurso já notamos um vício perigoso: grande parte dos motoristas não dão seta. “É fundamental que o condutor sinalize o que pretende fazer, assim quem vem atrás já começa a se precaver e quem está à frente, no sentido contrário e até o pedestre têm condições de prever o que vai acontecer”.

Alguns quilômetros percorridos e já fomos obrigados a reduzir a velocidade. Segundo Manzini, um dos grandes problemas do fluxo de São Paulo são as paradas desnecessárias. “O motorista tem que acertar a velocidade de acordo com o tráfego e, claro, dentro dos limites estabelecidos. Desta forma, ele evita o anda e para que também aumenta o consumo de combustível, aumenta o cansaço de quem está dirigindo e, consequentemente, aumenta o risco”.

Foto: Tiago Marconi/G1
Carro invade faixa de pedestres e avança no sinal vermelho

Sinal fechado à frente, o melhor a fazer é ir reduzindo a velocidade. “Ao parar o carro o ideal é encostar o máximo para facilitar a passagem das motos”, diz o ex-piloto. “As motos podem circular entre os carros, mas, por serem a parte mais frágil, devem fazer isso com prudência, em baixa velocidade e ficar atento à possível falta de atenção dos motoristas de automóveis”.

Dê preferência

Caso aviste um veículo à frente dando seta, o motorista deve diminuir a velocidade e não acelerar para garantir a sua posição. “Se o carro à frente sinalizar que vai ultrapassar outro veículo, ele já iniciou a manobra, então a preferência é dele”, afirma Manzini. “Neste caso, o condutor deve controlar a velocidade, olhar no retrovisor para ver se vem alguém atrás ou ao lado e mudar de faixa, lembrando que é proibido ultrapassar pela direita”.

Outro hábito muito comum é andar “colado” ao veículo da frente. “O motorista deve parar em uma distância que caso ele precise sair para esquerda ou para direita ele consiga, sem precisar dar marcha ré ou fazer qualquer outra manobra”, diz o ex-piloto. “Nesta distância, caso o carro da frente resolva parar de repente o veículo consegue frear com segurança”.


Manter um bom espaço do carro à frente e uma velocidade compatível com o trânsito também permitem que o motorista enxergue a rua e consiga desviar de buracos sem precisar mudar bruscamente de trajetória. “Por ser brusco o motorista pode perder a direção, atropelar uma moto, fazer um carro bater na lateral do carro ou bater na lateral de outro veículo”.

Por isso é preciso estar atento o tempo todo. “Talvez a maior causa de acidentes de trânsito hoje seja o celular”, afirma Manzini. “Ao falar no celular enquanto dirige o motorista desvia a atenção e depois que bate não sabe explicar como foi que aconteceu”.

Nem depressa, nem devagar

Para os cautelosos demais um alerta: andar muito devagar pode ser tão perigoso quanto dirigir em altas velocidades. “Pelo Código de Trânsito o condutor não pode andar na faixa da esquerda 50% abaixo da velocidade limite, então em uma faixa expressa na qual o limite é 90 km/h, se o motorista andar a 44 km/h está cometendo uma infração de trânsito”.

Por outro lado, andar em velocidade acima do limite permitido pode custar a vida. “A maior disputa do motorista é sair e voltar inteiro para casa. Quem consegue isso é o grande vencedor”.

0 comentários:

Postar um comentário