quarta-feira, 29 de abril de 2009

Um ano sem precedentes

Relembre os modelos que foram lançados mês a mês em 2008

por LUÍS PEREZ

Luís Perez - Pedro Bicudo/DivulgaçãoAinda que soe como algo tardio, retomo na coluna de hoje o tema da retrospectiva 2008. Acho impossível não tocar no fato de que o ano que passou foi sem precedentes em termos de lançamentos na indústria automobilística brasileira. Porque muito se falou a respeito dos recordes de produção e vendas – e muita gente quer saber quando voltará a ser maçante ouvir o presidente da Anfavea (a associação dos fabricantes) anunciar em sua coletiva mensal mais um recorde.

Nosso assunto aqui, no entanto, diz respeito a produto. Como os fabricantes costumam fazer lançamentos-show em lugares dos mais diversos e exóticos, no ano passado foi difícil parar em casa. Neste ano, no entanto, dois dos mais importantes modelos vendidos no Brasil – o Fiat Palio, maior rival do carro mais vendido no país há 22 anos, o Volkswagen Gol, e o Honda Civic, melhor carro produzido no país nos últimos tempos – chegaram às lojas sem grande alarde, sem eventos nababescos. Apenas notas à imprensa. Sinal dos tempos.

O ano passado começou tímido, mas logo engrenou. Janeiro abriu com o Fiat Stilo com pequenas reformulações estéticas e o câmbio automatizado Dualogic, como linha 2008. Logo no mês seguinte, foi a vez de a Chevrolet lançar a versão Elite do Vectra com motor 2.0 – uma opção mais em conta para quem procurava acabamento superior. Por falar em superior, na época desembarcou por aqui o carro mais caro já vendido no país, o Pagani Zonda F, de R$ 4 milhões. Em março o ano começou a engrenar. Foi a vez de a Volkswagen Jetta Variant chegar ao mercado. No mesmo mês, o novo Toyota Corolla propunha fazer o mundo acordar diferente – e o que o consumidor viu foi uma guinada conservadora, para o lado oposto ao do maior rival, o Honda Civic.

Em maio foi a vez dos off-road. A Chevrolet deu um (pequeno) banho de loja em sua veterana picape S10 – e no utilitário esportivo Blazer, que assumiu de vez o caráter de carro de polícia –, enquanto a Fiat atacou com a nova Palio Weekend, com direito a um inovador bloqueio de diferencial na versão Adventure (um algo a mais em relação à perfumaria que encantou consumidores e proliferou no mercado nos últimos quase dez anos).

A Porsche apresentou no mesmo mês o Cayenne GTS, versão mais esportiva de seu utilitário campeão de vendas. Junho manteve a tocada fora-de-estrada e chegou com o Mercedes-Benz ML 350 movido a diesel. Também em maio, no dia 9, em que São Paulo registrou o maior congestionamento de todos os tempos (cerca de 200 quilômetros de lentidão), a Citroën lançou sua minivan Grand C4 Picasso.

Mas na metade do ano foram dois carros de passeio que roubaram a cena: o Peugeot 207 (para alguns, uma mera reestilização do 206) e o novo Volkswagen Gol – este sim o maior lançamento do ano na opinião deste escrevinhador, seja pela importância histórica do modelo, seja pela profundidade da reformulação.

No comecinho do segundo semestre, a Citroën tratou de reestilizar seu compacto premium C3, adotando uma grade frontal semelhante à do C2 europeu. A Dodge lançou o Journey, enquanto a Chevrolet apresentou o mexicano Captiva, outro lançamento importante.

O ritmo continuou frenético em setembro, quando a Chevrolet apresentou a minivan Meriva agora com motor 1.4. Foi nesse evento que o vice-presidente da General Motors do Brasil, José Carlos Pinheiro Neto, afirmou que os jornalistas deveriam se acostumar com a rotina frenética de viagens e compromissos em lançamentos. "É assim mesmo", disse.

Ainda em setembro, adiantando em um ano a chegada do seu novo médio alinhado com o modelo europeu, a Ford lançou o novo Focus, nas versões hatch e Sedan. Por falar em sedãs, ainda em setembro a Fiat voltou ao segmento dos sedãs médios, com o Linea. No final do mesmo mês, a Volkswagen retomou o nome Voyage (versão sedã do Gol). Ainda em setembro, o Renault Sandero ganhou a versão Sportway e entrou no time dos "off-road lights".

Outubro foi mês de salão. A Suzuki voltou ao país, com o jipinho Grand Vitara. A Citroën lançou o C4 Pallas Flex. Manchetes sobre crise econômica começavam a dar as caras aqui e ali. Em novembro mais uma batelada de lançamentos. A Honda lançou o novo Fit, alinhando seu modelo ao resto do mundo, enquanto a Ford apresentou o novo Troller T4 e, logo depois, o EcoSport com motor 2.0 flex. A Audi trouxe o A5, depois de já ter lançado o A4... Peço desculpas ao leitor, pois possivelmente deixei de lado um ou outro lançamento de versão ou motorização. Mas os carrões que mobilizaram o "setor" estão todos aí.

Muitas viagens, correria... Tudo o que você leu acima e muito mais pode ser encontrado nas páginas de Interpress Motor. Poucas vezes quem cobre o setor automobilístico parou quieto. Este ano ainda é uma incógnita. Ao que tudo indica, a efervescência de lançamentos vista em 2008, até então apontada como uma tendência, provavelmente vai demorar um pouco para se repetir.

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