quarta-feira, 27 de maio de 2009

Credores da GM rejeitam oferta de troca de dívida

Decisão pode levar ao pedido de concordata da montadora.
Empresa conseguiu chegar a acordo com sindicato de trabalhadores.


Foto: Paul Sancya/AP
O presidente da GM, Fritz Henderson, durante anúncio do plano

A General Motors não conseguiu convencer detentores de bônus em número suficiente para trocarem dívidas da empresa por participação acionária, preparando o palco para a maior concordata da história da indústria norte-americana. A proposta era reverter dívida de US$ 27 bilhões por 10% das ações da nova GM.

A maior montadora dos EUA tem até agora fracassado em conquistar o apoio que gostaria, de perto de 90% dos detentores de bônus, para evitar a concordata, disseram duas fontes com conhecimento das discussões à Reuters nesta terça-feira (26). Os credores da GM têm até o final desta terça para tomar uma decisão final em relação à oferta de troca de dívida.

Até por volta de meio-dia, a empresa tinha um percentual de adesão à proposta de troca de dívida "baixa, de um dígito" apenas, por parte de seus credores, segundo uma das fontes.

A GM não quis comentar como estava a adesão à sua oferta de troca de títulos. A montadora disse que irá detalhar os resultados da proposta aos detentores de bônus apenas na quarta-feira (27) pela manhã.

Segundo fontes ouvidas, a GM provavelmente irá entrar com pedido de concordata antes do dia 1º de junho.

Apesar do fracasso em conseguir um acordo com seus credores, a GM conseguiu chegar a um acerto nesta terça-feira (26) com os líderes do sindicato United Auto Workers (UAW).

A chave para as negociações da GM com o UAW tem sido na forma que os dois lados reestruturaram os termos de pagamentos dos US$ 20 bilhões que a montadora ainda deve ao fundo de garantia de saúde para aposentados do UAW.

O UAW concordou em ficar com 17,5% das ações ordinárias da GM reestruturada, disse uma fonte com conhecimento dos termos do acordo.

O sindicato também deve receber US$ 6,5 bilhões em ações preferenciais, além de títulos de US$ 2,5 bilhões.

Um acordo sob esses termos significaria que o sindicato obteve sucesso ao assumir menos risco do que teria sob uma proposta anterior da GM, que daria ao sindicato 39% das ações ordinárias da montadora.

Já os atuais acionistas da montadora ficariam com apenas 1% da empresa reestruturada.

Uma fonte com conhecimento da visão do governo do presidente Barack Obama sobre o caso disse que a Casa Branca continua conversando com os detentores de bônus da GM para buscar um acordo.

As ações da GM, que podem perder todo seu valor com a concordata, fecharam nesta terça-feira com alta de 0,7%, a US$ 1,44, na Bolsa de Valores de Nova York.

O governo norte-americano forneceu um total de US$ 36,6 bilhões para GM, Chrysler e suas unidades financeiras desde dezembro.

Em uma entrevista transmitida no último fim de semana, Obama afirmou que espera que GM e Chrysler surjam da reestruturação "menores, mais fortes, e mais competitivas".

A Chrysler busca nesta semana a aprovação para sua venda à "Nova Chrysler", sob controle dos governos norte-americano e canadense, do sindicatos dos trabalhadores e da montadora italiana Fiat. Uma audiência sobre a operação está prevista para quarta-feira.

Ainda nesta terça-feira, um juiz federal dos EUA negou o pedido de um grupo de pensionistas do Estado norte-americano de Indiana para adiar a audiência de venda da Chrysler e mover o processo de concordata da companhia para um tribunal distrital.

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