sexta-feira, 15 de maio de 2009

General Motors anuncia o fim de 1.100 concessionárias nos EUA

Montadora não vai renovar contrato com revendedores de veículos.
Empresa quer reduzir 40% do número de lojas naquele país.


Do G1, com informações da Efe e Associated Press


Loja de carros da GM/Chevrolet em Los Angeles (EUA)

A General Motors (GM) notificou nesta sexta-feira (15) a 1.100 das seis mil concessionárias que a empresa tem nos Estados Unidos que a montadora automobilística não renovará seus contratos em outubro de 2010.

As concessionárias da GM atingidas pelos planos de fechamento receberam notificação na manhã desta sexta-feira informando-as de que a montadora não vê como poderá "ter uma relação de negócios produtiva" após 2010.

"Nós basicamente estamos dizendo a eles (donos de concessionárias) que não se encaixarão no novo cenário no longo prazo, mas entre agora e depois nós vamos ajudar nessa transição da melhor maneira cada concessionária individualmente", explicou McDonald.

Donos de concessionárias das marcas ligadas à GM vivem um clima de tensão em todo o país.

"Isto é como uma sentença de morte. Este é o pior sentimento do mundo", disse Del Mugford, dono de uma loja em Richmond, Virginia. Ele comprou a concessão com o seu irmão mais novo em 2002, depois de possuir uma franquia da Oldsmobile. A GM Oldsmobile encerrou a sua linha de carros em 2004.

O plano de reestruturação da empresa indica que a companhia reduzirá em 40% sua rede de concessionárias nos Estados Unidos para garantir sua sobrevivência, o que representa um fechamento total de 2.400 lojas. A GM quer operar em 2010 com 3.600 concessionárias, assim que eliminar as marcas Pontiac, Saturn, Hummer e Saab.

Na quinta-feira (14), a GM fechou uma fábrica de caminhonetes que existia há 44 anos na cidade canadense de Oshawa, a cerca de 60 quilômetros de Toronto, o que representa a eliminação de 2.600 postos de trabalho. O fechamento da instalação faz parte da reestruturação da companhia e foi forçado pela drástica queda da demanda por caminhonetes.

Chrysler também fecha lojas

A montadora americana Chrysler, que recorreu ao pedido de proteção à lei de falências nos Estados Unidos, vai encerrar o contrato de 789 concessionárias que atuam vendendo seus veículos, conforme documento que integra o seu processo de recuperação judicial. Atualmente, a Chrysler tem contrato com 3.181 distribuidores, o que já uma queda expressiva em relação aos 4.320 que a companhia tinha em 2001.

Mark Calisi, 47, dono da Eagle Auto-Mall em Riverhead, no Estado de Nova York, disse que ficou "arrasado" ao saber que sua concessionária será descredenciada. Ele afirmou que a Chrysler responde por um terço do seu negócio, que também comercializa Volvo, Mazda e Kia. "Eu estou com a Chrysler há 13 anos e meu pai ficou a Chrysler por 30 anos", lamenta. "Não importa a forma como você corte o bolo, é devastador."

A Chrysler recebeu US$ 4 bilhões em ajudas públicas do governo norte-americano, enquanto a GM recebeu $ 15,4 bilhões. A GM tem um prazo até o fim do mês para finalizar seu plano de reestruturação. Para muitos especialistas, a empresa continua a enfrentar muitos obstáculos e poderá também recorrer ao Capítulo 11 da lei de proteção à falência norte-americana, como fez a Chrysler. Se isso acontecer, a montadora provavelmente irá vender a maior parte dos seus ativos para uma nova empresa e liquidar o resto.

GM acelera negociações com sindicatos

A GM prepara um acordo com o sindicato United Auto Workers (UAW) nos Estados Unidos para cortar custos trabalhistas, enquanto acelera negociações similares no Canadá após o ultimato dado pelo Governo local. O diário "The Wall Street Journal" disse nesta sexta-feira que GM e UAW estão prestes a alcançar um acordo que permitirá à montadora reduzir custos trabalhistas em até US$ 1 bilhão por ano.

Segundo o jornal, a GM também ofereceu ao UAW 39% do conjunto de acionistas da companhia que surgirá após a reestruturação, como forma de contribuir com o fundo que financiará as prestações de saúde dos aposentados da montadora. A GM tem que injetar US$ 20 bilhões nesse fundo, mas a montadora oferece US$ 10 bilhões em dinheiro e o resto em títulos.

Enquanto isso, no Canadá, os negociadores da GM e o sindicato Canadian Auto Workers (CAW) tentam chegar a um acordo antes da meia-noite de hoje que corte os custos trabalhistas da companhia.

As autoridades canadenses disseram que caso a empresa e o sindicato não cheguem a um novo acordo antes deste sábado (16), a GM não terá acesso a bilhões de dólares em ajudas públicas. Em março, o CAW já fez concessões substanciais à GM Canadá para reduzir seus custos trabalhistas, mas o Governo federal canadense e o Governo da província de Ontário consideram que não são suficientes para garantir a sobrevivência da montadora.

O presidente do CAW, Ken Lewenza, declarou que se o sindicato não chegar a um acordo com a GM, a subsidiária canadense da montadora será "liquidada".

0 comentários:

Postar um comentário