Em 2008, prefeitura recolheu 500 veículos abandonados nas ruas.
Normalmente, carcaças são arrematadas por donos de ferro-velho.
Kombi deixada na Rua Ernest Renam, em Paraisópolis.
Uma Kombi sem placas está há meses parada, acumulando pó e ferrugem, na Rua Ernest Renam, em Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo. Abandonado, o veículo é apenas mais um entre tantos deixados ao léu na cidade.
Basta um passeio pela cidade, principalmente pela periferia, para encontrar veículos na mesma situação. Alguns bairros mais parecem cemitérios de automóveis. Na região de Paraisópolis e no Capão Redondo, também na Zona Sul, é comum encontrar automóveis sem condições de tráfego, com pneus murchos e até sem para-brisas, ocupando uma vaga pública.
E não é só na periferia que donos abandonam carros. Nos Jardins, região nobre da capital, uma Caravan acumula sujeira na Rua Guarará.
Levantamento da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras aponta que, em 2008, 500 veículos abandonados nas ruas foram removidos em toda a cidade. Apenas no primeiro trimestre deste ano, as subprefeituras, responsáveis pelo recolhimento desses carros, retiraram das ruas 180 automóveis.
Retirada
Daewoo Espero abandonado na Rua Lavradio, na Santa Cecília.
A Prefeitura precisa da colaboração dos cidadãos para fazer o serviço. De acordo com a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, denúncias feitas por meio do telefone 156 são o primeiro passo para a retirada do carro.
Após receber a informação, a subprefeitura responsável pela região envia um fiscal ao ponto indicado. Além de verificar as condições do veículo, ele visita residências e estabelecimentos próximos à procura de informações sobre o carro.
Para a Prefeitura, o carro que permanece cinco dias seguidos no mesmo local já é considerado abandonado. Dessa forma, após este prazo, o fiscal volta ao local e novamente inspeciona o veículo.
Usando como exemplo a Kombi largada em Paraisópolis, se o fiscal notar em sua segunda visita que o automóvel foi abandonado, ele inicia o procedimento de recolhimento. Primeiro, aciona a Polícia Militar (PM) para levantar se esse veículo é produto de furto ou roubo.
Caso a Kombi estiver com a situação regular perante a polícia, o fiscal chama um guincho da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que será responsável por levá-la ao pátio da subprefeitura.
Quando ela for levada, a Kombi ficará durante 30 dias no pátio, aguardando o retorno de seu dono. Caso o proprietário queira reavê-la, terá um certo prejuízo. Ele terá de pagar multa de R$ 500 (por infringir a lei municipal número 13.478, sobre a limpeza urbana), mais R$ 3 por dia em que o veículo ocupou o pátio da subprefeitura.
Se o dono não for procurar a Kombi, ela será leiloada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Detran). O que acontece na maioria das vezes. Ainda conforme levantamento da pasta, dos 1.500 veículos removidos de 2005 ao primeiro trimestre de 2009, apenas 197 foram recuperados pelos donos.
Por conta do mau estado de conservação que a maioria dos veículos deixados nas ruas apresenta, normalmente essas carcaças são arrematadas por donos de ferro-velho.
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