sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sindicato dos Metalúrgicos pede a suspensão das demissões na Bosch

Entidade entrará com liminar no Tribunal Regional do Trabalho no Paraná.
Unidade de Curitiba da fabricante de autopeças demitiu 900 pessoas.



O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba entrará com pedido, na manhã desta sexta-feira (19), no Ministério Público do Trabalho para intermediação com a fabricante de autopeças Bosch de uma mesa de debates contra as 900 demissões anunciadas pela nesta quinta-feira (18). Já na parte da tarde, o sindicato entrará com liminar no Tribunal Regional do Trabalho no Paraná pedindo a suspensão das demissões.

Para a entidade, a medida da empresa foi feita de maneira “arbitrária”, pois há poucos meses a Bosch não falava em demissões. Já a empresa afirma que há seis meses conversa com os representantes dos trabalhadores sobre as dificuldades geradas pela crise mundial. Segundo a Bosch, desde o último trimestre de 2008, a empresa tem registrado significativa queda no número de pedidos dos clientes para os sistemas diesel (para caminhões), quando comparado ao inicialmente planejado.

Por esta razão, a Bosch teve de reduzir fortemente seu volume de produção, principalmente destinado à exportação. Assim, cerca de 3.000 funcionários da unidade ficarão em licença remunerada até o dia 28 deste mês. Antes das demissões, a Bosch de Curitba contava com 4.000 funcionários.

O sindicato afirma que propôs acordo com a empresa para suspender os trabalhadores por cinco meses e receber salário desemprego, além da implantação do banco de horas, a exemplo do que foi feito pela montadora Renault. Entretanto, a proposta da Bosch era reduzir a jornada de trabalho, mas os funcionários não aceitaram.

Segundo o gerente de Recursos Humanos da Bosch Curitiba, Duilo Damaso, a empresa tentou encontrar caminhos alternativos com o sindicato, mas não conseguiu evitar as demissões. Por esse motivo, irá auxiliar os funcionários dispensados. "Oferecemos aos demitidos a extensão do plano médico por seis meses e encaminhamos os currículos desses funcionários para outras empresas da região, por se tratar de profissionais altamente qualificados", diz Damaso.

Mercado de caminhões


A crise no mercado de caminhões é mundial. Com a recessão econômica em diversos países, a demanda por veículos comerciais caiu, o que limitou a atuação de montadoras e fabricantes de autopeças em todo o mundo. Com o aumento da concorrência, as empresas precisam enxugar gastos e reduzir a produção para, assim, manter a competitividade no mercado.

"Caminhão é um investimento, ou seja, significa uma série de planejamentos e avaliações. A compra é bem diferente em relação a de um automóvel", explica o gerente da Bosch.

No caso do mercado nacional de caminhões, a situação não é diferente. Setores da economia como mineração, agricultura, construção civil e indústria em geral enfrentam reflexos da crise e limitam os investimentos em transporte.

Para ajudar a reverter a crise no segmento de caminhões no país, o Governo Federal já desenvolve um programa específico para estimular a venda de veículos comerciais, especialmente aos trabalhadores autônomos. De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, a renovação de frota de caminhões terá de ser lenta e gradativa devido ao alto custo do produto.

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