Montadora receberá mais de US$ 30,1 bilhões em ajuda dos EUA.
Governo americano terá 60% da empresa e o canadense terá 12%.
Sede da GM em Detroit
A General Motors acaba de pedir proteção do Capítulo 11 da Lei de Falências norte-americana para garantir a sobrevivência de suas operações. Tribunal de Falências de Nova York confirmou o pedido nesta segunda-feira (1º). Essa é a maior concordata da história da indústria nos Estados Unidos.
O presidente americano, Barack Obama, deve falar às 12h55 (de Brasília) sobre a reestruturação da indústria automobilística. Em um comunidado emitido antes do pronunciamento, Obama declarou: "Hoje será um dia histórico para a empresa: o fim da ex-General Motors e o começo de uma nova".O diretor geral da GM, Fritz Henderson, deve em seguida dar uma entrevista à imprensa, às 13h15 (de Brasília), em Nova York.
Com a concorada, a GM receberá mais de US$ 30,1 bilhões em ajuda do governo dos Estados Unidos, que terá 60% do capital da empresa. No total, a administração norte-americana irá injetar na companhia US$ 50 bilhões, sendo que US$ 20 bilhões já foram liberados, quando a indústria automobilística local pediu ajuda financeira para fugir da falência.
O montante será reforçado por US$ 9,5 bilhões dos governos do Canadá e da província de Ontário, que ficarão com 12% das ações. O fundo de previdência dos funcionários da GM assumirá 17,5% do pacote acionário. Outros 10% ficarão nas mãos dos antigos credores proprietários de obrigações não garantias que aceitaram o plano de reestruturação.
O processo de concordata durará entre 60 e 90 dias e resultará no fechamento de 11 fábricas. De acordo com a General Motors, as operações na China e no Brasil serão mantidas.
Mas em um sinal de progresso no esforço do governo, um juiz de falências aprovou a venda de praticamente todos os ativos da Chrysler para um grupo liderado pela italiana Fiat. A recuperação judicial da Chrysler, também financiada pelo Tesouro norte-americano, era vista como um teste para uma reorganização da GM, que é muito maior e complexa que a da rival.
Confira os principais pontos da concordata da GM
Sacrifícios compartilhados
- A GM deverá de manter rentável com 10 milhões de veículos vendidos nos Estados Unidos por ano. Até o momento, seu ponto de equilíbrio era uma venda anual de 16 milhões de veículos;
- O sindicato dos trabalhadores do setor automotivo (UAW) fez concessões importantes nos salários e na cobertura de saúde para os seus aposentados;
- Os credores aceitaram trocar os US$ 27,1 bilhões de dólares de dívidas por 10% das ações da nova empresa;
- A GM vai fechar 11 fábricas e interromper a produção em outras três, mas ainda não foram especificadas quais.
A criação da Nova GM
- O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos vai liberar US$ 30,1 bilhões para ajudar a GM durante a sua reestruturação. Em troca, o governo norte-americano terá 60% do controle acionário da nova sociedade;
- O Canadá e a província de Ontário (onde a GM tem várias fábricas) vão desembolsar US$ 9,5 bilhões e receberão 12% das ações;
- A nova GM vai criar um fundo encarregado de financiar a cobertura dos planos de saúde dos aposentados. Este fundo contará com 17,5% do capital acionário e recebirá bônus que lhe permitirão adquirir mais 2,5%;
- A nova GM terá muito menos dívidas e um balanço de capital que lhe permitirá reinvestir em suas atividades;
- A nova empresa vai desenvolver carros compactos e menos poluentes
A gestão do governo dos EUA
- O governo norte-americano declarou que não deseja contar com a participação do capital acionário da empresa mais tempo do que o necessário;
- O governo não vai interferir na gestão da empresa.
As garantias
- A GM continuará honrando as garantias oferecidas aos consumidores que compraram seus automóveis.
O processo de reestruturação
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